A peri-implantite é uma doença infecciosa que afeta as estruturas de proteção e suporte do implante dentário; caracterizando-se pela perda de inserção do tecido conjuntivo e do osso alveolar. Clinicamente, pacientes com peri-implantite podem apresentar a mobilidade e até mesmo a perda dos implantes dentários. Os bacteriófagos são vírus capazes de infectar bactérias e têm sido propostos como uma possível abordagem para o tratamento de infecções bacterianas na Odontologia. Este estudo visa testar a capacidade dos bacteriófagos isolados da cavidade bucal em controlarem e prevenirem a formação de biofilme relacionado à peri-implantite em discos de titânio in vitro. Para tanto, a metodologia proposta visa coletar amostras de biofilme periodontal, realizar o cultivo de bactérias hospedeiras, induzir a infecção in vitro por bacteriófagos, realizar o isolamento e a titulação, e determinar o efeito dos bacteriófagos na formação e desenvolvimento de biofilme periodontopatógeno in vitro. A referida pesquisa será submetida para apreciação do Comitê de ética em pesquisa envolvendo seres humanos (CEPSH/UFSC). Os bacteriófagos serão isolados a partir de amostras de biofilme periodontal. Para tanto, serão coletadas amostras da bolsa periodontal de pacientes com doença periodontal nas clínicas de graduação do Curso de Odontologia e do Centro de Ensino e Pesquisa de Implantes Dentários (CEPID), ambos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Por meio dessa pesquisa espera-se verificar se os bacteriófagos isolados serão capazes de prevenir a formação de biofilme, bem como controlar o biofilme já estabelecido em superfícies de titânio que irão mimetizar a superfície dos implantes dentários. A utilização de bacteriófagos no controle do biofilme periodontopatógeno pode representar uma abordagem eficaz e seletiva para a prevenção e controle das doenças peri-implantares, proporcionando benefícios significativos, tais como a redução da carga bacteriana patogênica, a penetração efetiva nas camadas do biofilme e a minimização do desenvolvimento de resistência bacteriana. Assim, a fagoterapia tem o potencial de se tornar uma ferramenta terapêutica promissora no tratamento das doenças peri-implantares. A hipótese nula (H0) do referido trabalho é que os bacteriófagos não serão capazes de controlar a formação e desenvolvimento de biofilme periodontopatógeno em superfícies de titânio in vitro.