Apesar da variedade existente de rações comerciais e do estímulo de veterinários para que cães e gatos recebam somente este tipo de alimento, balanceado para o seu porte, idade, atividade e, até mesmo, condição de saúde, ainda existe uma percentagem relativamente grande de cães e gatos que recebem alimentação caseira temperada. Alho e cebola, temperos utilizados comumente na culinária brasileira, contem oxidantes que, ao ser administrados aos animais causam a desnaturação da molécula de hemoglobina no interior da hemácia, convertendo-a a metemoglobina, a qual adere à superfície interna da membrana celular, sendo observada microscopicamente como uma protuberância na superfície da hemácia chamada de corpúsculo de Heinz. Tal elemento facilita a ruptura eritrocitária, tanto intra quanto extravascularmente, causando anemia hemolítica, a qual pode levar o animal à morte. O objetivo deste trabalho será avaliar se cães e gatos que ingerem habitualmente alimentação caseira temperada apresentam alterações hematológicas e urinárias que caracterizem ou possam predispor à anemia por corpúsculos de Heinz. Para isto, 40 cães e 40 gatos serão avaliados. Cada espécie será distribuída em 2 grupos, controle (20 animais recebendo exclusivamente ração comercial) e tratamento (20 animais recebendo exclusivamente alimento caseiro temperado). Serão avaliados o eritrograma, a amplitude de distribuição eritrocitária (RDW) a morfologia eritrocitária, a contagem de reticulócitos e corpúsculos de Heinz, as PPT, o exame químico da urina e a densidade urinária. Os dados obtidos serão comparados entre os grupos controle e tratamento de cada espécie através de análise de variância e teste de Tukey, considerando um grau de significância de 95%. A hipótese é que os animais que consomem regularmente alimentação caseira apresentem maior predisposição para o desenvolvimento de anemia hemolítica do que os que consomem ração comercial.