O piriproxifeno é um larvicida sintético utilizado nos reservatórios de água para o controle do Aedes Aegypti no Brasil, foi sintetizado na década de 90 e impede o desenvolvimento do inseto. Porém, este produto é relatado como desregulador endócrino, ameaçando a reprodução de espécies. Estudos já realizados no nosso laboratório investigaram os efeitos do piriproxifeno na atividade dos canais de cálcio e o impacto na espermatogênese em testículos de zebrafish. Foram feitos tratamentos in vivo e in vitro utilizando a concentração de 10-9 M, que corresponde a 30 vezes menor do que a recomendada pela Organização Mundial da Saúde, e encontraram um aumento significante de influxo de cálcio nas células germinativas. Além disso, o mecanismo de ação do larvicida foi estudado através de uma metodologia farmacológica, resultando em interação com o canal de cálcio dependente de voltagem do tipo T, estoques de cálcio interno, cálcio ATPase, trocador de sódio/cálcio, atuação da proteína quinase C e canais de potássio ativados por cálcio. Um aumento da basofilia do fígado foi observado, indicando que o piriproxifeno possa ter atividade estrogênica, considerando que a basofilia está relacionada com a quantidade de vitelogenina, proteína encontrada em fêmeas sexualmente ativas. Por fim, estudo avaliando a morfometria das células germinativas encontrou alterações nas áreas nucleares das espermatogônias escuras e claras, espermatócitos primários e espermátides, após o tratamento com piriproxifeno. A toxicidade deste larvicida na espermatogênese do zebrafish ainda não foi totalmente elucidada. Para tanto, estudos na avaliação dos efeitos do piriproxifeno em alterações morfométricas em células de Sertoli e de Leydig, bem como, os estudos da dinâmica molecular e do modelo matemático do piriproxifeno estão em andamento.