O torneamento de aços endurecidos vem ganhando destaque em virtude do crescente aumento do uso de veículos elétricos e híbridos, uma vez que esse processo de usinagem é empregado para a fabricação dos componentes do sistema de transmissão desses veículos. O torneamento apresenta vantagens em relação ao tradicional processo de retificação, como maior flexibilidade e produtividade, além de gerar componentes com maior resistência à fadiga. Entretanto, a qualidade dos componentes usinados depende fortemente das condições de corte e das ferramentas utilizadas. Nesse contexto, essa pesquisa visa avaliar como as alterações na ferramenta de corte influenciam na integridade da superfície resultante do processo de torneamento de materiais endurecidos. Ferramentas com diferentes níveis de desgaste foram empregadas para o torneamento do aço endurecido AISI 4340 (60 HRC). Quando utilizadas ferramentas com desgaste de flanco de 0 e 0,1 mm foi observada a predominância de efeitos mecânicos na superfície usinada e nas camadas abaixo dela. Para ferramentas com desgaste de flanco superior a 0,2 mm, observou-se a maior predominância dos fenômenos térmicos sobre os mecânicos, mas a coexistência de ambos.