A verificação da autenticidade é um desafio, e não existe técnica única para assegurar apureza de um mel. Apesar da evolução das estratégias analíticas, as fraudes e adulterações também se modernizaram, dificultando sua detecção. Considerando o período de atividades remotas durante o primeiro semestre de vigência do projeto, o objetivo deste estudo foi realizar uma prospecção da produção científica recente envolvendo a autenticidade de méis. A prospecção foi realizada na base de dados Science Direct, no mês de agosto de 2022, selecionando artigos originais, publicados nos últimos 5 anos, usando os descritores “honey”, “authenticity” ou “authentication” e o operador booleano “AND”. A pesquisa compreendeu qualquer tipo de mel (melato, floral e de abelhas sem ferrão) independente da origem botânica. Foram encontrados 86 artigos científicos nos quais mais de 30 técnicas diferentes foram empregadas. Se destacam principalmente métodos espectroscópicos e cromatografia líquida ou a gás com diversos detectores. Foi observada a utilização crescente de análises de DNA para adeterminação da origem botânica e espécie de abelha. Outros estudos utilizaram técnicas como reação em cadeia de polimerase e língua eletrônica. As classes de compostos alvo mais citadas são os voláteis, fenólicos, açúcares e minerais, além de alguns parâmetros físico-químicos. Em segundo plano, aparecem proteínas, enzimas e marcadores específicos de determinados méis. Ferramentas quimiométricas e de inteligência artificial vem sendo utilizadas, geralmente aliadas a técnicas que geram perfis químicos ou fingerprints da composição dos méis. A variedade de técnicas estudadas é capaz de detectar diferentes tipos de fraude, o que é uma vantagem, dado o aumento das indicações geográficas de méis. Existe uma tendência de uso de métodos que tenham um composto alvo, já que a análise de marcadores isolados se torna cada vez mais necessária para caracterizar os méis quanto à origem botânica e geográfica.