Cerâmicas vítreas à base de dissilicato de lítio apresentam excelentes propriedades adesivas e estéticas para serem empregadas na confecção de restaurações minimamente invasivas. Porém, quando essas restaurações são feitas em espessuras finas e cimentadas em regiões posteriores, elas podem sofrer fraturas ou lascamentos. A têmpera química tem demonstrado ser capaz de melhorar as propriedades mecânicas de materiais cerâmicos, sendo uma técnica promissora para aplicações odontológicas. Essa técnica promove a substituição de cátions de menor raio atômico por cátions com maior raio atômico, gerando tensões residuais de compressão e, consequentemente, incrementando as propriedades mecânicas da cerâmica em questão. Estudos realizados na UFSC por uma discente de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Odontologia e um aluno bolsista PIBIC mostraram resultados ópticos favoráveis em relação à estabilidade de cor, translucidez e razão de contraste de amostras cerâmicas temperadas. No entanto, a avaliação desses parâmetros é fundamental para determinar a aceitabilidade estética do material. Sendo assim, essa pesquisa teve como objetivo a avaliação dos tratamentos de superfície empregados e simulação do envelhecimento intraoral. Foram confeccionadas trinta amostras à base de dissilicato de lítio com auxílio de uma cortadora metalográfica de precisão. Em seguida, passaram pela sinterização e por tratamentos superficiais (polimento e glazeamento), têmpera química e em seguida pelo protocolo de envelhecimento, realizado com uma termocicladora variando as temperaturas entre 5°C e 55°C. Percebeu-se, através da mensuração espectrofotométrica que, para todos os grupos, com têmpera e protocolo de envelhecimento, os resultados apresentados estão dentro das classificações parapossível uso clínico. Especialmente para as amostras glazeadas, os resultados demonstraram que obteve-se uma melhor proteção contra o protocolo.