O estresse crônico precoce, ou seja sofrido durante períodos críticos de desenvolvimento neurológico pode resultar em diversas consequencias negativas de longo prazo e na vida adulta. O estresse é uma resposta fisiológica e comportamental normal um estímulo e é caracterizado pela ativação do eixo hipotálamo-hipófise adrenal (HHA). O estresse precoce pode causar uma desregulação do eixo HHA, tornando o eixo hiperativo ou hipoativado, e assim tem consequências em parte das doenças neuropsiquiátricas. Períodos de maior plasticidade podem representar períodos de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento do eixo HHA, o estresse precoce acaba interferindo nos estágios iniciais do desenvolvimentoe alterando o funcionamento do organismo do indivíduo. Dentre as consequências comportamentais do estresse precoce, destaca-se uma maior predisposição a comportamentos de risco, como o abuso de álcool. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do estresse precoce nos comportamentos exploratório, de risco e de consumo de álcool em camundongos que foram submetidos ao estresse precoce induzido pelo modelo de separação materna, onde as mães foram separadas dos filhotes durante todo o período de amamentação por 3 horas diárias. Os animais foram desmamados, e não foram manipulados até o seu desenvolvimentos, com 60 dias de vida, quando foram realizados os testes comportamentais, afim de comparar camundongos controle e estressados. Os resultados mostraram que os animais submetidos ao estresse apresentaram um maior comportamento exploratório no teste do campo aberto e uma maior propensão para explorar os braços abertos do labirinto em cruz elevado, um teste realizado para avaliar o comportamento de risco. O estudo demonstra que o estresse precoce é capaz de alterar o comportamento dos animais e assim, se fazem necessárias mais pesquisas a fim de se buscar entender cada vez mais como e em que grau o estresse precoce é capaz de interferir na vida do indivíduo.