O arroz é a base alimentar de muitos povos e constitui uma das culturas mais cultivadas no mundo. O Brasil além de se destacar como grande consumidor do grão também se destaca com a sua elevada produção. O Rio Grande do Sul é o maior produtor e junto com Santa Catarina são a base de sustentação da produção nacional. A casca representa 20 a 22% do grão gerando um subproduto que pode ser aproveitado para a geração de energia através da sua combustão. Pesquisas caracterizando as cinzas da casca do arroz mostram que são encontrados metais importantes, como o Manganês e Magnésio podendo causar impactos negativos ao ecossistema. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos eco tóxicos e genotóxicos das cinzas de cascas de arroz provenientes da queima para a geração de energia. Foram utilizadas cascas de arroz e cinzas de casca de arroz adquiridas em agroindústrias da região. Os lixiviados foram produzidos conforme ABNT, NBR 10005 de 2004, com adaptações. As análises físico-químicas revelaram forte presença de sílica nas cascas e nas cinzas. Nas análises dos metais observou o aumento significativo nos índices de alguns elementos após a combustão, sendo majoritária a presença de SiO2.  Durante a queima da casca de arroz há uma perda de massa de aproximadamente 12,4%. Os ensaios toxicológicos não apresentaram efeitos deletérios em modelos vegetais, modelos animais e em ensaios efetuados com microrganismos. No entanto, a avaliação em células de fibroblastos revelaram que quando expostas ao lixiviado de cinzas de cascas de arroz na concentração 100% possuem potencial citotóxico com a redução da atividade mitocondrial destas células e quando expostas ao lixiviado de casca de arroz nas concentrações 25 e 50% apresentaram quebra de DNA plasmidial. Os resultados obtidos através dos ensaios realizados sugerem que de forma geral os lixiviados das cinzas das cascas de arroz provenientes da queima para geração de energia não apresentam potencial eco tóxico ao meio.