Introdução: Crianças com cardiopatia congênita podem apresentar fatores de risco adicionais para obesidade central e doença cardiovascular adquirida. Objetivos: Investigar associação entre consumo de fontes alimentares de proteína e obesidade central em crianças e adolescentes com cardiopatia congênita previamente submetidos a procedimento terapêutico. Métodos: Estudo transversal com 232 pacientes. Consumo alimentar mediante 3 recordatórios 24 horas e classificado pela origem proteica: totais, animais, vegetais, cereais e leguminosas, ultraprocessados. Obesidade central medida pela circunferência da cintura; parâmetros cardiometabólicos: pressão sistólica e diastólica, colesterol total, HDL, não-HDL, LDL, triglicerídeos, glicose e proteína C reativa. Para nível de atividade física, questionário Physical Activity Questionnaire for Children e comportamento sedentário por tempo de tela. Regressão logística univariada e multivariada, expressa em Odds ratio e intervalo de confiança 95%. Valor de p<0,05 considerado significativo. Resultados: Mediana de idade da amostra de 10,02 anos, 93,5% insuficientemente ativa e 53% com comportamento sedentário. Colesterol HDL baixo em 14,9% dos adolescentes (p=0,01). Triglicerídeos elevados em 6,5% da amostra; 13,4% apresentou pré-diabetes. Consumo de proteínas significantemente maior nas crianças. Mediana de proteínas totais crianças de 2,35g/kg/dia e adolescentes de 1,26g/kg/dia (p=<0,001); mediana proteínas animais de 1,33g/kg/dia para crianças e 0,74g/kg/dia para adolescentes (p =<0,001); mediana proteínas de ultraprocessados de 0,22g/kg/dia para crianças e 0,11g/kg/dia para adolescentes (p=<0,001); mediana proteínas vegetais de 0,14g/kg/dia crianças e 0,08g/kg/dia adolescentes (p=<0,001) e mediana cereais com leguminosas de 0,07g/kg/dia crianças e 0,04g/kg/dia adolescentes (p=0,03). Regressão logística sem associações. Conclusão: o consumo de proteínas na amostra desse estudo não apresentou associação com obesidade central.