Este trabalho tem como objetivo avaliar a influência de características ambientais e antropométricas na produtividade autoavaliada de usuários de três edificações de escritórios localizadas no clima subtropical úmido de Florianópolis/SC. Foram contempladas três edificações híbridas, com uso de ventilação natural e ar-condicionado, e uma com sistema de ar-condicionado central. Os dados utilizados foram coletados a partir de questionários eletrônicos realizados simultaneamente a medições das características ambientais dos locais. Os questionários respondidos continham informações sobre as características antropométricas dos usuários e nele também eram respondidas questões sobre a percepção do ambiente e da produtividade de cada usuário. A partir dos dados coletados, as características ambientais foram sumarizadas na temperatura operativa, que serviu como variável descritiva do ambiente, e as características antropométricas foram divididas em categorias. Durante o uso de ar-condicionado, a percepção de produtividade frente à temperatura operativa não apresentou diferenças significativas entre as categorias das variáveis antropométricas. Isso indica que o uso de ar-condicionado reduz o efeito da influência das características antropométricas na produtividade autoavaliada. Por fim, foi proposto um modelo preditivo de modo a validar estatisticamente possíveis correlações entre a produtividade e as variáveis consideradas. Apesar de o modelo não apresentar boa validação com base nos dados (R²<0,20), foram encontradas correlações estatisticamente significativas entre a produtividade e a temperatura operativa (p<0,01), voto de sensação térmica (p<0,05), gênero (p<0,001), edificação (p<0,01) e idade (p<0,001). Somando os resultados das análises dos diagramas de caixa e das correlações estatísticas, conclui-se que durante o uso da ventilação natural e a flexibilidade de poder escolher as vestimentas, os ocupantes mantiveram seu desempenho apesar das oscilações da temperatura.