A irrigação é essencial ao preparo químico-mecânico durante o tratamento endodôntico. Porém, em algumas situações, a solução irrigadora pode promover ações deletérias sobre a estrutura dental. O objetivo do presente estudo foi avaliar, por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV), a erosão da dentina do canal radicular após irrigação com hipoclorito de sódio (NaOCl) em diferentes concentrações. Para isso, foram selecionados 20 dentes humanos unirradiculares. Esses espécimes foram distribuídos em 4 grupos: NaOCl 1,0% (G_1%); NaOCl 2,5%(G_2,5%); NaOCl 5,25%(G_5,25%) e Água destilada (G_H2O). O preparo dos canais foi realizado com limas Reciproc #40 e entre cada remoção da lima foi feito irrigação com 2mL da solução indicada para o grupo. Após o preparo, as raízes foram seccionadas e observadas por MEV em áreas previamente demarcadas. Após as imagens iniciais, as raízes foram novamente remontadas e como irrigação final foi utilizado 3mL de EDTA 17% por 3 minutos, seguido de 3mL de solução do grupo correspondente por outros 3 minutos. As raízes foram novamente separadas e analisadas por MEV, nas mesmas áreas pré-selecionadas. A erosão dentinária e a presença de lama dentinária foram classificadas em escores numéricos. Os dados foram analisados ​​através dos testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (α=0,05). A avaliação por microscopia eletrônica de varredura não mostrou diferenças significativas entre os grupos na remoção da camada de esfregaço (p>0,05). No entanto, o terço apical apresentou maior quantidade de detritos (p<0,05), independente da solução usada. A análise estatística dos dados da erosão mostrou que houve diferença significativa entre os diferentes grupos (p<0,0001). Ao comparar os terços, observou-se significativamente menos erosão no terço apical do que no terço cervical (p=0,012). Conclui-se que a concentração do hipoclorito de sódio influenciou diretamente no grau de erosão da dentina do canal radicular, mas não afetou a remoção da lama dentinária.