A valorização de resíduos da agroindústria vem sendo estudada cada vez mais.  Em 2013, a Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e a Agricultura – FAO – estimou a produção de 1,3 bilhão de toneladas de resíduos agroindustriais por ano mundialmente, ou seja, um terço dos alimentos para consumo humano eram desperdiçados, seja como subproduto, seja como perda na cadeia produtiva. Desde a intensificação dessas discussões, novas pesquisas relacionadas ao beneficiamento de resíduos vem surgindo, almejando, em grande parte, a geração de compostos de alto valor agregado. Para que ocorra a valorização destes resíduos, faz-se necessário uma etapa de pré-tratamento da biomassa, que auxilie na quebra de suas diferentes frações e um aumento de sua acessibilidade para a ação de enzimas através de uma etapa posterior de hidrólise, processo este pela qual é possível o enriquecimento da cadeia de biorrefinaria. No presente trabalho, foi escolhido o plasma não-térmico como pré-tratamento. O plasma é conhecido como o quarto estado físico da matéria, sendo definido como um gás que é ionizado por efeitos externos, entre eles, o aumento de temperatura. Quando os elétrons livres estão em uma temperatura muito maior que o restante das moléculas do plasma, normalmente a temperatura ambiente, o plasma é chamado de não-térmico (NTP). Nesse estudo, o objetivo central foi avaliar a eficácia do plasma não-térmico como estratégia para a deslignificação de diversas biomassas resultantes do processamento de indústrias, entre elas, a da banana, da manga e da cervejaria. Assim, com a colaboração entre diversos laboratórios da UFSC, foi possível analisar tanto o potencial do plasma quanto caracterizar seus efeitos na biomassa através de diversas caracterizações.