A extração de carvão causa diversos problemas ambientais na área em que ocorre. Problemas relacionados aos solos são frequentes, como a supressão da vegetação, retirada da camada fértil de solo, além de disponibilizar metais pesados no solo. Em Santa Catarina existe uma extensa área com problemas ambientais decorrentes da extração de carvão, sendo necessárias medidas para recuperação dessas áreas. Uma das técnicas que pode ter impacto positivo é a utilização de inoculantes microbianos em plantas utilizadas na recuperação do local. Este trabalho avaliou em casa de vegetação a inoculação de fungos micorrízicos arbusculares (autóctones e não-autóctones) e de bactérias promotoras de crescimento de plantas (Azospirillum brasilense e Bradyrhizobium) em Crotalaria juncea, espécie utilizada para revegetação das áreas degradadas. Foi realizado um experimento com esquema trifatorial, com nove repetições, totalizando 108 amostras. Os fatores foram: com e sem inoculação de Bradyrhizobium sp., com e sem inoculação com Azospirillum brasilense, sem inoculação e com inoculação de Rhizophagus intraradices (Rootella BR) ou Rhizophagus clarus. Aos 90 dias foi feita coleta do experimento e determinados massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca da raiz (MSR), teores e acúmulo de nutrientes (N, P, K, Ca e Mg). Foram coletadas amostras de solo e realizadas análises de hidrólise de diacetato de fluoresceína (DAF) e fosfatase ácida, disponibilidade de nutrientes no solo (P, K, Ca e Mg) e teor de glomalina. Como resultados, nos tratamentos com coinoculação foi verificado aumento do teor de MSPA e de MSR e acúmulo de MSPA em C. juncea. O tratamento com R. clarus promoveu desempenho superior na maior parte das variáveis. A atividade enzimática DAF e a fosfatase ácida do solo estão relacionadas com o acúmulo de nutrientes. A utilização de C. juncea em conjunto com inoculação dos grupos testados promove o crescimento vegetal em áreas degradadas pela mineração de carvão.