O ferro é fundamental para diversos processos celulares, incluindo transporte de oxigênio, detoxificação xenobiótica e metabolismo energético mitocondrial. Sua importância se deve principalmente à sua capacidade de participar de reações que envolvem a transferência de elétrons. Porém, alterações na homeostase do ferro podem resultar em problemas bioquímicos que eventualmente levam à morte celular observada em condições neurodegenerativas, como a isquemia cerebral, Alzheimer e Parkinson. O ferro está intimamente ligado à ferroptose, um tipo de morte celular dependente deste metal presente em neuropatologias. Uma das vias pelas quais o ferro pode atuar estimulando a ferroptose é através da geração de peróxidos lipídicos; isso ocorre pela capacidade do ferro de catalisar a peroxidação lipídica pela reação de Fenton. Para lidar com os efeitos do estresse oxidativo, ao longo da evolução as células desenvolveram mecanismos que atuam neutralizando as espécies reativas de oxigênio; tais mecanismos envolvem a expressão e atividade de proteínas antioxidantes. Entretanto, em determinadas situações apenas as defesas endógenas das células podem não ser suficientes para impedir a morte celular oxidativa. Neste contexto, muitos compostos têm sido pesquisados como possíveis agentes antioxidantes/protetores; dentre estes, encontra-se a Metformina, uma droga utilizada no tratamento de diabetes do tipo 2, que tem se mostrado como um composto promissor em termos de ação antioxidante. Um modelo animal bastante conveniente para estudos neste viés é o verme nematódeo C. elegans, pois é amplamente utilizado na testagem de potenciais novas drogas por conta de características anatômicas, genéticas e fisiológicas. Sabe-se ainda que a suplementação de ferro em C. elegans é capaz de reduzir sua longevidade e modular sua resistência ao estresse oxidativo. Neste projeto, foi investigado o efeito da Metformina na proteção contra a toxicidade induzida por Citrato Férrico Amoniacal em C. elegans.