Unidades industriais que utilizam combustíveis fósseis em seus processos podem impactar negativamente a qualidade do ar. Neste cenário estão inseridas as usinas de asfalto, que são unidades industriais nas quais são produzidas misturas asfálticas. Neste trabalho foi realizado um estudo de caso para avaliar o impacto na qualidade do ar gerado a partir de uma usina de asfalto. A localização da usina é na região metropolitana de Florianópolis (SC). No estudo, foi considerada uma produção anual de 100.000 toneladas de mistura asfáltica e, através das taxas de emissões calculadas e laudos de monitoramento fornecidos pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), foi possível avaliar o impacto. Com o auxílio do software AERMOD, foram modelados e avaliados três cenários, que investigaram diferentes poluentes (PTS, NO₂ e SO₂), tipos de usina (gravimétrica ou contínua) e combustível (óleo diesel e gás natural). Foram avaliadas concentrações médias de curto (uma hora para NO₂ e 24 horas para SO₂ e PTS) e longo prazo (um ano). Os resultados obtidos no AERMOD referiram-se à amplitude, frequência e abrangência do impacto na qualidade do ar em cada cenário. Os resultados mostraram que, em geral, as concentrações dos poluentes respeitaram a concentração média máxima prevista no padrão final de qualidade do ar definidos na Resolução CONAMA nº 491/2018. No entanto, as concentrações de SO₂ (34,34 µg/m³) em usina gravimétrica e uso de óleo diesel no tambor secador foram superiores ao limite. Observou-se que a maior concentração de NO₂ ocorreu no inverno, durante a manhã, e as de SO₂ e de PTS, na primavera. Foi traçada a pluma de dispersão para cada um dos cenários, a fim de avaliar a abrangência do impacto na qualidade do ar. No caso desta usina e seu entorno, observou-se que as maiores concentrações (plumas) foram verificadas em áreas não ocupadas. As usinas de asfalto são potenciais emissoras e medições de poluentes devem ser avaliadas, bem como a proteção do seu entorno.