A casca de mandioca é uma fonte potencial de xilo-oligossacarídeos (XOS) por ser um resíduo lignocelulósico com presença de uma porcentagem significativa de hemicelulose, a qual contém as cadeias de xilose. Os xilo-oligossacarídeos atuam como prebióticos nos organismos, estimulando o crescimento de bactérias benéficas ao trato gastrointestinal, o que justifica seu potencial de aplicação na indústria alimentícia. Nesse trabalho, propôs-se avaliar a produção de XOS a partir de resíduo da mandioca. Nesse âmbito, empregou-se um tratamento alcalino conciliado a uma hidrólise enzimática. O pré-tratamento alcalino promove a deslignificação da biomassa, o que facilita o acesso à hemicelulose pelas enzimas durante o tratamento enzimático subsequente. O tratamento alcalino foi realizado com hidróxido de sódio na condição de 2% por 30 minutos. Ressalta-se que o tratamento com o álcali permitiu a remoção de 34,20% da lignina presente na casca de mandioca. A hidrólise enzimática com a enzima Endo-1,4-xilanase visa a clivar as ligações glicosídicas entre os resíduos de xilose, convertendo a xilana presente na hemicelulose em xilo-oligossacarídeos. A concentração da enzima foi fixada em 3% para substrato na condição de 1% e estudou-se a influência do tempo de tratamento na conversão final de xilana em XOS. Foram testadas os tempos reacionais de 6, 12, 24, 48 e 72 horas. O tempo de 48 horas mostrou-se o mais promissor, auferindo uma conversão de 49,06% de XOS/xilana (%(v/v)). Portanto, esse resultado do tratamento enzimático demonstrou que é promissora a obtenção de XOS a partir da casca de mandioca.