De acordo com o último levantamento de espécies, a Ilha de Santa Catarina (ISC) apresenta 364 espécies de aves. As aves florestais são um dos grupos mais afetados pelo desmatamento ocorrido nas últimas décadas,  sendo um grupo de  interesse para estudos  de conservação,  biodiversidade e levantamentos de fauna. As técnicas para amostragem dessas aves já são historicamente muito bem estabelecidas e diversas. Contudo, há outras metodologias que são menos comuns para o estudo de aves, como o uso de câmeras trap. Estudos com esse equipamento se popularizaram nas últimas décadas como uma ótima ferramenta para estudos ecológicos de fauna, porém focados principalmente em estudos de mamíferos. Com o avanço da tecnologia e técnicas estatísticas mais avançadas, vemos um número maior de trabalhos relacionando o uso de armadilhas fotográficas com estudos  da ecologia de aves. Utilizando os dados obtidos pelo Projeto Fauna Floripa, este trabalho teve por objetivo: avaliar a diversidade de espécies da avifauna que câmeras de monitoramento podem registrar em um determinado tempo. Foram selecionados 4 pontos de amostragem com um maior nível de conservação na ilha. Os dados foram obtidos a partir de 4  câmeras trap instaladas uma em cada ponto a partir do mês de outubro de 2019, até outubro de 2021. Foram registrados 1043 registros de 61 espécies de aves que foram separados em guildas e comparados com as espécies de aves florestais possivelmente presentes nos pontos amostrais. Para isso, foi realizado um levantamento de todas as espécies florestais da ISC, separadas por 6 guildas tróficas: carnívoros, frugívoros, insetívoros, granívoros, nectarívoros e onívoros. De todos os dados analisados, é importante destacar 2 registros que apresentam uma significância maior. O registro de um comportamento de corte de pariri (Geotrygon montana) ainda não descrito para a ciência e o registro de uma espécie considerada extinta para a Ilha de Santa Catarina, o macuco (Tinamus solitarius).