É objetivo desta pesquisa analisar o que podem corpos subjugados por hierarquias decorrentes de marcadores como raça, gênero e classe social em um território marcado pelas opressões e omissões do Estado. O território em questão é o Morro da Queimada, localizado na região central de Florianópolis/SC. A cartografia, método da pesquisa, nos levou ao encontro de mulheres e o modo como se inserem no território, os lugares sociais que ocupam, o modo como compartilham saberes alinhavando possibilidades, resistindo a violências de variadas ordens e entretecendo existências. Caminhar pelos entres daquele território, transitar pelas vielas e escadarias, ouvir as narrativas de mulheres que participaram das oficinas de artes que aconteceram naquele lugar, nos possibilitou o encontro com histórias e o testemunho de situações que afirmam a potência que ali se inscreve e ao mesmo tempo as dificuldades e desafios cotidianos que se apresentam para quem ali vive. Conclui-se que a violência presente no local impõe limites aos modos de existência das moradoras, porém as organizações coletivas que dali emergem são catalisadoras de sua potência de ação.