A região carbonífera de Santa Catarina conta com áreas degradadas devido à mineração de carvão. Com o intuito de recuperar essas áreas, a revegetação tem sido empregada. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos de bactérias promotoras do crescimento vegetal em coinoculação com inoculante micorrízico no crescimento de espécies nativas em áreas degradadas pela mineração. Ademais, foram avaliados atributos microbiológicos do solo como indicadores da recuperação das áreas impactadas pela atividade. O estudo foi realizado em um experimento recém-implantado em uma área degradada pela mineração, localizada em Treviso-SC. Nesta área foram implantadas mudas de espécies arbóreas Senna multijuga (pau-cigarra) e Citharexylum myrianthum (tucaneira) previamente coinoculadas no viveiro com os seguintes tratamentos: 1) Inoculante micorrízico RootellaBR (Rhizophagus intraradices)–FMA; 2)inoculante bacteriano composto por uma mistura dos isolados UFSC-B8 (Rhizobium sp.)+SC5 (Pseudomonas sp.)+MSR2 (Pantoea sp.) – BPCV; 3) FMA + BPCV; e 4) tratamento sem inoculação (controle). O experimento foi implantado em blocos completamente casualizados, com 4 repetições. Foram realizadas avaliações da vegetação (altura e diâmetro das espécies) e coleta de amostras de solo para avaliação de atributos químicos (Carbono Orgânico Total -COT-, pH e Fósforo) e microbiológicos (atividade das enzimas ß-glucosidase, arilsulfatase, fosfatase ácida). Como resultado verificou-se que as áreas apresentam pH ácido e baixo teor de COT. A atividade da fosfatase, arilsulfatase e a biomassa microbiana demonstram ser potenciais variáveis a serem utilizadas no monitoramento de áreas degradadas pela mineração em processo de recuperação. Embora alterações positivas na qualidade microbiológica do solo tenham sido verificadas no período de avaliação, o monitoramento a longo prazo pode ser necessário para se verificar a influência da inoculação em variáveis relacionadas aos ciclos biogeoquímicos do solo.