A inflamação é caracterizada pelo aumento de marcadores inflamatórios e faz parte da patogênese de doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade. Neste contexto, o ângulo de fase  (PhA), obtido pelos dados brutos da bioimpedância elétrica, tem sido utilizado como um indicador de saúde celular. O estudo teve como objetivo avaliar a associação do PhA com marcadores inflamatórios e de composição corporal em adultos brasileiros. É um estudo de base populacional, com 675 indivíduos, conduzido na cidade de Viçosa, Minas Gerais, de junho de 2012 até maio de 2014. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos (número de protocolo 1104521). Foram coletados: índice de massa corporal (IMC), perímetro da cintura (PC), percentual de gordura corporal (%GC), tempo sentado (minutos), proteína C reativa (PCR), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e as interleucinas (IL): IL-6, IL-10, IL-1β, IL-8, IL-12p70. Também foi realizada a análise bioquímica para estratificação da amostra de acordo com a presença de síndrome metabólica (SM). Foram realizadas regressões multivariadas, com um nível de significância menor que 5%, no software estatístico Stata®, versão 13.0. Observou-se associação do PhA com TNF-α (β = -0,03; R2 = 0,126; p <0,03), IL-1β (β = -0,03; R2 = 0,118; p <0,04) e IL-12p70 (β = -0,02; R2 = 0,157; p <0,05) em indivíduos com SM, quando ajustado por sexo, idade, tempo sentado e IMC. Também observou-se associação entre PhA e IMC (β = 0,06; R2 = 0,206; p <0,001) e PC (β = 0,01; R2 = 0,185; p <0,001) em indivíduos sem SM e entre PhA e IMC (β = 0,06; R2 = 0,09; p <0,02) em indivíduos com SM, quando ajustado por sexo, idade e tempo sentado. Conclui-se que o PhA apresenta associação direta com IMC, em adultos com e sem SM e inversa com marcadores inflamatórios, apenas nos adultos com SM. Desta forma, sugere-se que o PhA possa vir a ser usado como ferramenta para rastrear inflamação em indivíduos com SM. Contudo, são necessários mais estudos.