Antiinflamatórios não esteroidais como o Diclofenaco são amplamente utilizados no tratamento de diversas doenças inflamatórias crônicas como a artrite, trazendo alívio nos sintomas de dor, inchaço e rigidez articular. O uso prolongado dos AINEs acarreta em problemas para a vida de quem os usa, como efeitos adversos gástricos, renais e cardiovasculares, o que reduz a adesão do paciente ao tratamento. A administração transdérmica pode ser uma alternativa para o tratamento. Um dos desafios dessa via de administração é a barreira de permeabilidade da pele que por vezes impede e/ou limita a permeação de certos fármacos. Apesar do desenvolvimento de nanocarreadores lipídicos auxiliarem a permeação transdérmica de medicamentos, a associação de nanocarreadores específicos com auxílio de tecnologias físicas, como a iontoforese, são pouco exploradas, mas podem ser úteis para potencializar a permeação de medicamentos. O projeto propõe explorar o potencial de seis (6) diferentes configurações de aplicação de corrente elétrica (iontoforese) na permeação transdérmica do diclofenaco de sódio nanoencapsulado através do modelo de célula de difusão de Franz, utilizando pele de orelha suína como membrana. Em todas as seis configurações aplicadas, a acumulação permeativa de diclofenaco de sódio foi antecipada em 4-5 horas comparados aos valores obtidos com a administração sem iontoforese. O fluxo do diclofenaco de sódio permeado também aumentou em todas as seis configurações iontoforéticas aplicadas quando comparados aos valores obtidos com a administração sem iontoforese. Entre todas as configurações de correntes aplicadas, 0,25 - 0,5 mA/40min tiveram respectivamente o menor e o maior fluxo de diclofenaco de sódio. Nossos resultados mostram que o uso de iontoforese pode ser útil para antecipar e aumentar a permeação de medicamentos nanoencapsulados e que o ajuste das configurações da iontoforese podem contribuir para o controle do medicamento permeado.