Na região Sul do Brasil, o míldio é a principal doença que ataca os cultivos de videira. A alternativa mais eficiente para a redução da aplicação de fungicidas no manejo desta doença é o uso de cultivares resistentes ao patógeno. Objetivou-se com o presente trabalho realizar um novo ciclo de cruzamentos e selecionar progênies de videira, obtidas de cruzamentos, resistentes ao míldio e ao oídio da videira. As sementes obtidas dos cruzamentos realizados no ciclo 2020/21 foram semeadas em tubetes em agosto de 2021 e mantidas em casa de vegetação. Quando as plantas apresentaram tamanhos adequados foram inoculadas com o míldio (Plasmopara viticola). As plantas suscetíveis foram descartadas e as resistentes selecionadas. Em novembro de 2021, novos cruzamentos foram realizados entre seleções avançadas de melhoramento, as cultivares ‘PIWI’, resistentes ao míldio e oídio, e cultivares europeias (Vitis vinífera). As flores dos genitores femininos foram emasculadas e polinizadas com o pólen obtidos dos genitores masculinos. Na maturação, as bagas foram colhidas, as sementes extraídas, tratadas com fungicidas e postas em geladeiras em temperatura de 4°C para a superação da dormência. Dos cruzamentos do ciclo 2020/21, 2.695 sementes de 14 cruzamentos diferentes foram postas a germinar em bandejas contendo substrato comercial, destas, 794 emergiram e foram transplantadas para tubetes contendo substrato comercial, destas 152 plântulas foram avaliadas quanto a resistência a míldio e 69 foram selecionadas como resistentes. No ciclo 2021/22 foram obtidos 71 cachos de 3 cruzamentos, dos quais foram extraídas 2.040 sementes. Também foram avaliadas populações do ciclo 2017/18 para a resistência a oídio. O presente trabalho permitiu selecionar progênies resistentes ao míldio, bem como, realizar novos cruzamentos. No futuro, o lançamento de novas variedades irá permitir reduzir a aplicação de fungicidas, diminuindo custos de produção, e a poluição do ambiente e os riscos à saúde humana