O envelhecimento é acompanhado por diversas alterações fisiológicas, incluindo o comprometimento das redes neurais hipotalâmicas. Isto tem consequências na liberação de hormônios neurohipotalâmicos, como vasopressina (VP) e ocitocina (OT), envolvidos na homeostase da água. Apelina (APL), um novo neurotransmissor hipotalâmico, já foi descrito no controle do equilíbrio hidroeletrolítico. Há evidências de que, no envelhecimento há um declínio das funções apelinérgicas, o que pode contribuir para a secreção de VP e OT. Nosso objetivo foi investigar os efeitos centrais de longo prazo de apelina em VP e OT de ratas Wistar. Animais adultos (±4 meses) e idosos (18 meses) receberam infusão intracerebroventricular (icv) contínua de 24 nM/dia de APL, 192 nM/dia de antagonista de APL (ML221),ou veículo (controle, NaCl 0,15M) via mini-bombas osmóticas por 12 dias. Quarenta e oito horas antes deste período, animais foram submetidos ou não à privação hídrica (WD) e a concentração plasmática de hormônios neurohipotalâmicos foi avaliada. Os dados foram analisados por ANOVA de duas vias, seguido pelo teste de Tukey. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética CEUA-UFSC nº 6374250219. Nossos dados mostraram que ratas idosas apresentaram níveis de AVP e OT aumentados em relação aos grupos controle (ambos p<0,05).Interessante, ML221 foi capaz de reduzir os níveis plasmáticos de OT em animais adultos. Como esperado, a privação hidríca promoveu aumento de VP e OT em ratas adultas e idosas quando comparados as ratas normohidratadas controle. Além disso, apenas as ratas privadas adultas que receberam infusão de APL apresentaram aumento dos níveis de OT quando comparados ao grupo controle adulto privado (p<0,05). No geral, nossos dados indicam que doenças crônicas centrais o tratamento com apelina tem efeitos estimuladores na liberação de OT. Sugere que o hipotálamo apelinégico desempenham um papel importante na homeostase hidroeletrolítica de ratas adultas.