A purificação do biogás é de extrema importância para evitar a corrosão dos equipamentos, diminuição da poluição atmosférica e garantir as melhores condições para o seu armazenamento. Dentre os contaminantes a serem removidos, o ácido sulfídrico está presente no biogás em concentrações de até 0,8% e pode ser removido do gás por adsorção em sólidos porosos, tais como zeólitas, carvão ativado ou óxidos de ferro. Na atualidade, quando a capacidade de adsorção é exaurida após a saturação do leito de adsorvente, os adsorventes saturados são descartados e finalmente dispostos em aterros industriais. A busca de adsorventes que possam ser regenerados após a saturação é, portanto, uma necessidade tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Neste trabalho foram desenvolvidos e caracterizados materiais peletizados produzidos a partir de resíduos de mineração que possam ser aplicados a processos de adsorção do H2S presentes no biogás. Os resíduos de mineração foram peletizados e caracterizados para determinação da densidade, porosidade do leito, cristalinidade (por difração de raios X), comportamento térmico (por termogravimetria) sob diferentes atmosferas (ar, nitrogênio e CO2), composição química e absorção de água. Os resultados mostraram que os pellets produzidos são resistentes para aplicação em leito fixo, estáveis termicamente, mas são destruídos quando imersos em água. Desta forma, qualquer forma de regeneração na presença de água é comprometida. Além disso, os pellets mostraram que o CO2 presente no gás é retido irreversivelmente no sólido em temperaturas elevadas, o que poderia comprometer o uso cíclico do adsorvente se a regeneração térmica for utilizada.