Sabe-se que as mudanças climáticas do começo do século se caracterizam por serem um dos maiores desafios a serem enfrentados pelas sociedades atuais e futuras. (GIDDENS, 2009). O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, (IPCC) aponta que as últimas três décadas foram sucessivamente mais quentes na superfície da Terra do que qualquer outra década anterior, e 90% dessas mudanças climáticas ocorreram em função de atividades humanas. Sendo assim, a habitação precisa estar preparada para se adaptar a essas mudanças climáticas futuras já que a  NBR 15.575 estima que a vida útil dos edifícios é de 50 a 75 anos.

A arquitetura bioclimática controla as variabilidades climáticas por meio da envoltória e do entorno. Sendo assim, através dela e do uso de estratégias de projeto, é viável alcançar melhores níveis de eficiência energética e conforto térmico no interior das edificações. Para analisar os impactos das mudanças de temperatura do Brasil, foram selecionadas seis cidades onde serão avaliados os cenários climáticos passados e elaboradas projeções de cenários climáticos futuros para os anos de 2035, 2065 e 2090 considerando os cenários de emissões RCP 4.5 e RCP 8.5. Essa pesquisa possui o objetivo de investigar a evolução do potencial bioclimático no contexto histórico e nas projeções climáticas futuras, por meio das cartas de Givoni e apontar diretrizes de aplicação de estratégias bioclimáticas, como forma de subsídio de projeto que visam estabelecer medidas mitigadoras às mudanças climáticas.