O envelhecimento acarreta mudanças fisiológicas que diminuem a capacidade física, aumentando a possibilidade de limitações funcionais. A inatividade física pode interferir negativamente na capacidade funcional dos idosos.  O objetivo desse estudo foi verificar a associação entre aptidão funcional e comportamento sedentário em idosos longevos, residentes no município de Antônio Carlos, Santa Catarina, Brasil. Trata-se de estudo transversal e de base domiciliar, realizado com todos os idosos (n=134) de 80 anos ou mais. A inatividade física foi verificada por meio do tempo gasto sentado (International Physical Activity Questionnaire).  O desempenho motor foi avaliado por três testes: “sentar e levantar”, “agachar e pegar o lápis” (avaliados por tempo) e “equilíbrio” (quatro medidas de equilíbrio estático). As associações foram realizadas por meio do Qui-quadrado ou Teste Exato de Fisher. Os resultados mostraram que os idosos dos diferentes grupos etários (exceto de 95 a 100 anos) apresentaram bons resultados em todos os testes de desempenho motor, enquanto as idosas mais jovens (80 a 89 anos) tiveram melhor desempenho quando comparadas às mais velhas (90 a 100 anos). A média geral de tempo sentado foi 2.029 minutos por semana (±888,5), sendo o sexo feminino o que despendeu maior tempo na posição sentada. A associação entre tempo sentado e todos os testes de desempenho motor (p=0,005; p=0,003; p<0,001) foi observada somente para as idosas. Os resultados evidenciaram associação entre desempenho motor e tempo sentado para idosas longevas, sendo o maior tempo despendido na posição sentada o limitante para o bom desempenho nos testes. Os resultados sugerem que o tempo sentado deve ser considerado na avaliação do desempenho motor em idosas longevas.