A canibalização galáctica é um fenômeno astrofísico difundido em todo o Universo, no qual uma galáxia de maior porte, denominada "canibal", gradualmente absorve uma galáxia de menor porte situada em sua proximidade. Este processo é impulsionado principalmente pela atração gravitacional, resultando na distorção e na eventual incorporação da galáxia menor pela maior, levando à mistura de seus componentes individuais, como estrelas, poeira e gás.

Um objeto que está sob ação desse processo de canibalização é a galáxia anã esferoidal de Sagittarius (Sgr dSph) (Ibata et al. [1994]), uma galáxia satélite da Via Láctea que faz parte do Grupo Local de galáxias. A Sgr dSph está atualmente sujeita a um processo gradual de desintegração em direção ao bojo galáctico, sob a influência das forças de maré. As estrelas arrancadas durante esse processo formam uma estrutura extensa conhecida como "Corrente de Sagitário".

Este estudo se baseia em dados obtidos no infravermelho próximo pelo projeto VISTA Variables in the Via Láctea (VVV) (Minniti et al. [2010b]) e seu projeto complementar, o VVV eXtended (VVV-X). Utilizando esses dados, o objetivo principal é mapear essa extensa corrente de estrelas e determinar sua distância heliocêntrica, fazendo uso das estrelas gigantes vermelhas do Clump.