O gênero Polygala é o mais abundante da família Polygalaceae. Possui mais de 725 espécies, 110 na flora brasileira, que são ervas delicadas com pequenas flores variando do branco ao lilás.

Este gênero tem sido muito utilizado na medicina popular por suas importantes propriedades farmacológicas. Uma vez inexistentes os estudos sobre a Polygala molluginifolia , iniciaram-se os trabalhos com a mesma, visando contribuir com a quimiotaxonomia do gênero, bem como avaliar propriedades químicas, físico-químicas e biológicas.

A coleta das plantas ocorreu próximo ao Rio Pitangui, Ponta Grossa-PR. A secagem das espécies foi feita por estufa de circulação de ar. Secas e trituradas, sofreram extração com etanol 96%. Os extratos concentrados sob pressão reduzida resultaram no extrato bruto. O mesmo foi submetido à extração líquido-sólido utilizando hexano e acetato de etila (AcOEt), obtendo-se as respectivas frações, além da fração aquosa.

Os constituintes da fração AcOEt foram separados por cromatografia em coluna, utilizando  eluentes em gradiente crescente de AcOEt em hexano, AcOEt e posteriormente Etanol em AcOEt. As 41 frações obtidas foram monitoradas por cromatografia em camada delgada.

As frações 19 e 31 foram recristalizadas em metanol para obtenção de 2 compostos, respectivamente: 5,3’,4’-triidroxi-6’’,6’’-dimetilpirano[2’’,3’’:7,6]isoflavona, sólido amarelo, 16,4mg, ponto de fusão 165-167°C, fórmula molecular C₂₀H₁₆O₆ e o 3’,4’-diidroxi-6’’,6’’,6’’’,6’’’-tetrametilbis(pirano[2’’,3’’:5,6::2’’’,3’’’:7,8]isoflavona, composto inédito, sólido amarelo, 38,7mg, ponto de fusão de 205-207°C, fórmula molecular C₂₅H₂₂O₆. Outros compostos foram isolados, porém ainda estão em período de purificação, caracterização, e posteriormente todos serão avaliados quanto sua atividade biológica.

A ocorrência de isoflavonas não é comum ao gênero Polygala, o que revela a importância desse estudo e a procura pela marcação quimiossistemática em um gênero caracterizado pela presença de xantonas.