O trabalho tem investigado aspectos do processo civilizador na cidade de Florianópolis, capital de Santa Catarina, nas primeiras décadas do século XX (1900-1940). Tal pesquisa – realizada por alunos de escolas públicas da capital, com bolsa de iniciação científica júnior (CNPq/FAPESC) – visa ampliar o conhecimento do universo da educação dos sentidos na vida urbana desse período, de modo a lançar luzes sobre aspectos desconhecidos de nossa história, bem como permitir novas interpretações sobre a cidade de Florianópolis. Para desvendar singularidades da modernidade brasileira, um ponto de investigação profícuo é a ascensão da vida urbana na capital, particularmente no conjunto de práticas e proposições educadoras dos sentidos de homens, mulheres e crianças. Sendo assim, se colocam como objetos desta pesquisa: a) a constituição de uma vida urbana fortemente marcada pelo elogio da inserção de novas tecnologias na cidade, tal como a ponte Hercílio Luz; b) o desenvolvimento do esporte e de uma cultura esportiva, em especial na prática do futebol; c) a delimitação de uma forma de “ser mulher” vinculada aos dispositivos pedagógicos presente nos referidos periódicos; d) a constituição de uma vida urbana demarcada pela crescente oferta de entretenimento, em especial o cinema. Metodologicamente, a pesquisa toma como fonte dois jornais que circularam na capital nesse período: O Estado e República – disponíveis na Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina. Neles estão sendo analisados os dispositivos subjetivadores que dizem respeito às regras de conduta, às normas de civilidade, aos hábitos de lazer, às delimitações dos territórios étnicos e de gênero e à prática corporal/esportiva do futebol. No que se refere aos resultados da pesquisa, esperamos encontrar singularidades da cidade de Florianópolis quanto aos seus dispositivos modernizantes, de maneira a compor um pequeno mosaico das primeiras décadas do século, sua cultura e cotidiano.