Os açúcares de adição são aqueles adicionados aos alimentos e bebidas durante o processamento industrial, às preparações culinárias ou à mesa. O consumo excessivo de açúcares de adição está associado ao desenvolvimento e agravamento de diversas doenças crônicas não transmissíveis. A Organização Mundial da Saúde recomenda que o consumo de açúcares de adição seja inferior a 10% do valor energético total diário. O estudo investigou o conhecimento e a percepção de estudantes universitários brasileiros sobre o que são os açúcares de adição, suas recomendações de consumo e seus efeitos à saúde. Trata-se de um estudo qualitativo exploratório com técnica de grupos focais e amostra de conveniência. A condução dos grupos foi guiada por um moderador seguindo um roteiro semiestruturado com perguntas relacionadas ao entendimento do que são açúcares de adição, conhecimento sobre a recomendação diária de consumo e problemas de saúde causados pelo consumo excessivo. As entrevistas foram gravadas, transcritas verbatim e submetidas à análise temática. Cinco grupos focais foram realizados com um total de trinta e dois participantes, metade do sexo feminino e com idade média de 23 anos. Os participantes não diferenciam açúcares intrínsecos de açúcares de adição nos alimentos. Eles consideram que o consumo excessivo de açúcares pode causar dependência e está relacionado com o desenvolvimento de diabetes. Embora se preocupem com os açúcares, em geral os participantes demonstraram desconhecimento das recomendações oficiais de consumo. As políticas públicas atuais buscam maneiras de limitar o consumo de açúcares de adição pela população, este estudo demonstra que universitários brasileiros desconhecem as recomendações de consumo e os prejuízos à saúde causados pelo consumo excessivo de açúcares de adição. Salienta-se a necessidade do fortalecimento de estratégias voltadas à disseminação de informação sobre os açúcares de adição à população.