O século XX, considerado a era dos extremos como sugere o título do livro do historiador inglês Eric Hosbawm, foi carregado de fenômenos de altíssima importância para aquilo que viria a ser a história futura da sociedade ocidental. O pensador estudado nesta pesquisa atuou como um dos grandes intérpretes desses acontecimentos. Nascido no final do século XIX, Walter Benjamin teorizou as consequências da revolução industrial na vida social por meio de um diagnóstico fecundo sobre a história, a política, o conceito de técnica e, o que nos interessou nessa pesquisa, a produção artística. Benjamin procurou investigar o estado, para ele atual, das modificações estruturais que a técnica(tecnologia) teve na vida humana numa época na qual a sociedade de mercado já havia se consolidado como um sistema hegemônico. Para exemplificar o seu ponto de vista, partimos da produção cinematográfica para então clarificar, por meio de alguns dos seus conceitos, as mudanças ocorridas na percepção humana mediante o uso da reprodutibilidade técnica na produção de obras de arte. O estudo benjaminiano sobre cinema é abordado aqui como ferramenta argumentativa visando evidenciar, também através do argumento de outro autor - Jonathan Crary, influenciado por Benjamin-, a imagem do filósofo como sendo vanguardista no que tange o estudo contemporâneo da estética e, além disso, providenciar, de forma modesta, um prognóstico acerca da percepção humana através das previsões do segundo autor mencionado.