O êxito de qualquer cirurgia se baseia na hemostasia adequada. As hemorragias graves podem ser controladas através de técnicas cirúrgicas convencionais, tais como pontos de sutura, ligaduras ou agrafos. Também podem ser utilizados procedimentos químicos, térmicos e mecânicos, para conseguir a hemostasia, porém, em determinadas situações, estes métodos não oferecem resultados satisfatórios. Para estes casos, a utilização de biomateriais chamados agentes hemostáticos podem ajudar a tornar a hemostasia mais efetiva.
Assim, o presente estudo tem como objetivo desenvolver uma gaze polimérica reabsorvível com propriedades coagulantes, que ao ser utilizada estimule o processo de coagulação e cicatrização da região afetada, reduzindo o fluxo hemorrágico. Os materiais com alto poder de intumescimento utilizados foram o alginato de sódio, goma xantana e mucilagem de chia. Os biomateriais foram preparados em água destilada e misturados para produção das seguintes blendas: alginato de sódio/goma xantava e alginato de sódio/ mucilagem. Posteriormente, foram reticulados com cloreto de cálcio para produção do hidrogel.
Após reticulação, as amostras foram imersas em solução tampão de carbonato de sódio e ajustadas para pH 7,4 para ensaio de intumescimento. Ao realizarem-se testes de intumescimento com as blendas, verificou-se que a versatilidade dos hidrogéis de alginato/goma xantana formados com CaCl2, obteve um hidrogel com grande grau de variação do intumescimento, chegando a 150% de absorção de água. Em seguida testou-se o intumescimento das blendas de alginato/mucilagem de chia, e observou-se que as blendas com 20% de mucilagem intumesceram, aproximadamente, 250% em 8 horas.
Portanto, a mucilagem de chia em relação a goma xantana teve um aumento do seu poder de intumescimento, sendo este biomaterial um potencial candidato para a produção de uma gaze que substitua a gaze de algodão, por ser altamente absorvente e reabsorvível.