Número do Painel | |
Autor | |
Instituição | UFSC |
Tipo de Bolsa | BIPI/UFSC |
Orientador | MÁRCIO MARKENDORF |
Depto | DEPARTAMENTO DE ARTES / ART/CCE |
Centro | CENTRO DE COMUNICACAO E EXPRESSAO |
Laboratório | |
Grande Área / Área do Conhecimento | Ciências Humanas e Sociais/Linguística, Letras e Artes |
Sub-área do Conhecimento | Teoria Literária |
Titulo | A poética do contágio em 'O tribunal da quinta-feira', de Michel Laub |
Resumo | Nesta pesquisa de IC, por meio do estudo acerca do imaginário epidemiológico da AIDS, buscamos questionar, face outras doenças consolidadas no campo metafórico, quais violências simbólicas perpetuam um histórico desuso poético e literário da AIDS. Em contraponto à perspectiva de incapacidade do HIV/AIDS de conter o sublime, a análise de ‘O tribunal da quinta-feira’(2016), de Michel Laub, demonstrou a riqueza da metáfora viral nesta obra. A partir de uma pesquisa orientada de natureza bibliográfica, certas chaves de leitura foram convocadas para a delimitação de uma poética do contágio, tais como a memória, o desejo, o sexo, a doença e o mundo virtual. Na análise narrativa do romance de Laub, para além do trauma dos fantasmas sexuais que assolam o cotidiano do protagonista, identificamos certo potencial de renovação metafórica do HIV/AIDS, o que favorece a desmistificação de estigmas associados a essa enfermidade. A imaginação dessa doença, lida como fatal nos anos 1980 e como uma tratável Infecção Sexualmente Transmissível na virada do século XXI, torna-se, dessa forma, uma positiva resposta crítica às heranças traumáticas do narrador e dos leitores, confirmando a necessidade do presente século em retificar a percepção da doença. A poética do contágio de Laub, no intercâmbio metafórico entre virologia e informática, algo que permeia a viralização de mensagens do protagonista, nos fornece a interpretação de uma disseminação biológica no organismo deste, como também da profusão, tal qual o vírus, de um padrão comportamental da sociedade para/com a enfermidade. Observamos, assim, que o emprego metafórico da doença, embora motivador de violências simbólicas, não deve ser abdicado, mas desconstruído e renovado, em vista da reelaboração de conceitos como vida e morte, saúde e doença, e do tratamento dos sintomas virais de preconceito, de culpabilização, de segregação e de estigmatização estabelecidos pelos tribunais potencialmente virtuais do imaginário coletivo. |
Link do Video | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/210152 |
Palavras-chave | Michel Laub, HIV / AIDS, Contágio, Literatura |
Colaboradores |