Praticamente toda água que se encontra na natureza, principalmente em corpos de água superficiais, demanda tratamento para ser utilizada no abastecimento público. O filtro bifluxo tem como vantagens a maior vazão de água filtrada - por meio da utilização de ambos os fluxos ascendente e descendente, o controle da expansão do meio filtrante e a economia nos custos de implantação. Esta pesquisa tem o objetivo de avaliar a potencialidade de filtros bifluxo no tratamento de água para abastecimento e posteriormente sua real aplicabilidade em Estações de Tratamento de Água (ETA) comparando duas modalidades do filtro, uma com descarga de fundo intermediária (DFI) e outra não. O projeto piloto foi projetado e executado nas instalações do Grupo de Pesquisa sobre Potabilização de Águas (LAPOÁ) anexo à ETA da Lagoa do Peri, sob responsabilidade da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN), onde foi operado em regime de filtração direta, contando como agente coagulante o policloreto de alumínio (PAC). Realizaram-se 6 carreiras de filtração para cada modalidade, ambas com a taxa de filtração correspondente a 400m³/m².d. Foram realizadas as análises físico-químicas de parâmetros como a turbidez, cor aparente e verdadeira, condutividade, sólidos totais dissolvidos, pH, cianobactérias e clorofila-a. Comparando as duas modalidades analisadas, observa-se que a etapa com DFI apresentou melhores resultados, com percentagens de remoção de 87,2% para turbidez, 79,9% para cor aparente, 44,9% para cor verdadeira e 91,0% para cianobactérias. Deste modo, pode-se concluir que o filtro bifluxo de dupla camada filtrante pode ser uma alternativa de filtração no tratamento de água para abastecimento.