Glicocorticoides são hormônios esteróides importantes para a maturação de vários órgãos fetais, porém a superexposição a esses hormônios pode levar a programação fetal e uma série de consequências permanentes, como distúrbios comportamentais. O calcitriol indica uma proposta para amenizar os efeitos causados pelos glicocorticoides. O objetivo do estudo foi analisar os efeitos comportamentais causados pela programação fetal com dexametasona e a capacidade da vitamina D de reduzir esses efeitos. Ratas Wistar grávidas foram divididas em quatro grupos de acordo com o tratamento: controle (CTL), dexametasona (DEX), vitamina D (VD) e dexametasona mais vitamina D (DexVD). Após o nascimento prole permaneceu com a divisão de grupos, ainda foi dividida entre machos e fêmeas e os animais passaram pelo teste comportamental do labirinto em cruz elevado aos 3, 6 e 12 meses, avaliando as variáveis espaço temporais (centro, braços abertos e braços fechados) e etológicas (exploração vertical, autolimpeza, imersão de cabeça e postura de alongamento). Os testes mostraram aumento da porcentagem de entradas nos braços abertos para grupos tratados com dexametasona, tanto em machos como em fêmeas. Já os grupos tratados com a suplementação de vitamina D notou-se divergências, nos machos ocorreu a redução da porcentagem de entrada de braços abertos e nas fêmeas redução da latência para entrada dos braços abertos e aumento da porcentagem de entradas nos braços abertos. Conclui-se que a dexametasona no período pré-natal traz efeitos ansiolíticos na prole e a suplementação com vitamina D efeitos sexo-dependentes, sendo em machos efeitos ansiogênicos e fêmeas ansiolíticos.