O trigo (Triticum aestivum L.) é um dos grãos mais consumidos no mundo e destaca-se por seu aporte nutricional. Todavia, é susceptível à sofrer com a contaminação por fungos. O líquido da casca da castanha de caju (Anacardium occidentale L.) (LCC) tem sido estudado como inibidor de variados microrganismos e apresenta características químicas que lhe conferem promissor potencial de inibição contra o desenvolvimento de fungos. Entretanto, adotar uma alternativa para descontaminação de alimentos, requer verificar possíveis interações e efeitos entre o alimento e a via de descontaminação. Para isso o presente trabalho realizou as seguintes análises em grãos sem tratamentos versus grãos tratados com LCC: Micológica, observou-se as características estruturais através da microscopia eletrônica de varredura e realizou-se teste germinativo. Para análise micológica as amostras foram submetidas a tratamento com LCC (aspersão) e semeadura direta dos grãos. Sucedido o período de incubação, a porcentagem de crescimento fúngico foi calculada. Quanto à qualidade, parâmetros de umidade, atividade de água e análise de multitoxinas, foram registrados. A microscopia eletrônica de varredura foi usada para observar as alterações nas estruturas dos grãos de trigo tratados com concentrações de 30% e 50% do LCC comparado ao grão sem tratamento. As características estruturais comuns e específicas são comentadas brevemente, e a ênfase foi colocada principalmente nas alterações que possivelmente estão relacionadas à adição do LCC ao grão. Em testes de germinação, os grãos de trigo foram submetidos a tratamento com LCC e notou-se significativa interação entre o LCC e o poder germinativo dos grãos.