A sepse é definida como uma resposta desregulada do hospedeiro frente a um processo infeccioso associado à disfunção orgânica. A sepse tem grande relevância em termos de saúde pública, representa uma das maiores causas de internação nas unidades de terapia intensiva (UTI) e é responsável por altos gastos do SUS. O quadro séptico apresenta como principais características a disfunção orgânica, hipoperfusão e hipotensão, sendo um dos mediadores produzidos, o óxido nítrico (NO) que apresenta grande relevância, devido aos seus efeitos relacionados com a hipotensão e hiporresponsividade a vasoconstritores. A produção exacerbada de NO durante a sepse tem sido relatada como um dos principais contribuintes para a disfunção cardiovascular da sepse. Sabe-se que dentre as isoformas responsáveis pela síntese de NO, a isoforma induzida (NO sintase 2; NOS-2) é uma das principais fontes de NO, porém pouco se sabe sobre as outras fontes geradores de NO, as isoformas constitutivas (NO sintase 1 e 3; NOS-1 e NOS-3).Um dos principais mecanismos pelos quais o NO exerce alguns de seus efeitos é através da reação com grupos tiol de resíduos de cisteína (sulfidrilas) em um processo chamado S-nitrosilação, produzindo S-nitrosotióis, sendo que níveis aumentados de proteínas nitrosiladas participam na patogênese do choque séptico. Este projeto visa investigar o papel das isoformas do óxido nítrico na disfunção cardíaca da sepse, a fim de compreender os mecanismos envolvidos nesse quadro e identificar o papel da nitrosilação e desnitrosilação de proteínas na contribuição para a melhora dos parâmetros hemodinâmicos de animais sépticos.