Nas principais regiões vitícolas do mundo, a produção de vinhos é baseada em variedades europeias (Vitis vinifera L.), no entanto tais variedades são suscetíveis a uma série de estresses bióticos. A região sul é caracterizada por verões quentes e úmidos,tal condição favorece o ataque de doenças fúngicas. Neste cenário, a avaliação de novas variedades adaptadas às condições locais, resistentes ou tolerantes a doenças e com elevado potencial enológico torna-se essencial na busca de um sistema de cultivo sustentável. O objetivo desse projeto foi avaliar o potencial vitícola de diferentes variedades de videira resistentes a doenças (PIWI). O projeto foi realizado no município de São Joaquim (28°13'S, 50°04'O, altitude 1.100m). As variedades resistentes avaliadas foram Calandro, Prior, Regent e Baron (tintas); Bronner, Calardis Blanc, Felicia, Helios e Aromera (brancas). Foi realizado o monitoramento climático, a determinação das datas de ocorrência dos principais estádios fenológicos e o cálculo do Índice de Winkler. Foi determinada a incidência e a severidade das principais doenças fúngicas. As avaliações ecofisiológicas foram índices produtivos, características físicas dos cachos e o Índice de Ravaz. Os parâmetros químicos avaliados foram sólidos solúveis, acidez total, pH e polifenois totais. Não foi observada a ocorrência de míldio e podridão cinzenta nas variedades avaliadas, porém graças a condições climáticas particulares, foi observada a presença de oídio. As variedades mais afetadas pelo oídio foram Felicia, Bronner e Regent, que apresentaram média suscetibilidade e incidência entre 40 e 50%. As variedades que apresentaram a maior resistência ao oídio foram Baron, Prior, Calandro e Aromera.  Os maiores teores de polifenois foram encontrados nas variedades tintas Regent e Prior, e na variedade branca Felicia. Todas as variedades produziram uvas com características químicas adequadas para a produção de vinhos de qualidade.