A globalização reconfigurou a divisão internacional do trabalho e provocou a revolução técnico-científico-informacional. Neste contexto, ciência e tecnologia tornaram-se forças produtivas, pressionando as universidades a se adaptarem a um ambiente de alta competitividade. Em vista disso, este estudo teve como objetivo compreender, sob o ponto de vista filosófico, a universidade contemporânea a partir da concepção de ‘excelência administrada’ e investigar as críticas aos métodos avaliativos de produção acadêmica subjacentes. Assim, realizou-se uma pesquisa teórica, de caráter bibliográfico, com análise de estudos contemporâneos sobre o tema. A partir dela, foi possível identificar o conflito entre os compromissos da universidade moderna, fundamentados sob o ideal humboldtiano, e a lógica do mercado. Com a tendência de mercantilização do ensino e da pesquisa universitários formou-se uma cultura da administração competitiva que classifica as universidades segundo critérios quantitativos de excelência. Esses critérios, como a produtividade, revelam a penetração, no âmbito científico, de um léxico econômico excludente, incapaz de avaliar qualitativamente o trabalho acadêmico. Desse modo, tais aspectos indicam uma espécie de colonização da razão científica pela lógica do mercado e, portanto, a urgência de uma atualização crítica dos parâmetros avaliativos.