Entre os biomateriais mais promissores da nanotecnologia, destaca-se a hidroxiapatita (HA) [Ca10(PO4)6(OH)2], um fosfato de cálcio que possui semelhança química e estrutural à parte mineral do tecido encontrado nos ossos e dentes humanos. Com o propósito de substituir os surfactantes tóxicos frequentemente empregados na síntese de HA, usou-se um extrato das raízes da Euclea natalensis, uma planta oriunda de Moçambique. Neste estudo, procurou-se sintetizar HA via precipitação química, usando o extrato de Euclea natalensis como template, para aplicações biomédicas e ambientais. As amostras preparadas foram caracterizadas por Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) e Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET). Para avaliar sua possível aplicabilidade na área ambiental, foram realizados ensaios de adsorção usando azul de metileno (AM) como adsorbato. Para examinar seu possível uso na área biomédica, foi analisado por MTS a citotoxicidade das partículas ao interagirem com células L929 com períodos de 24 h e 48 h de incubação. Os resultados de caracterização confirmaram a presença dos grupos funcionais característicos de HA e mostraram que as partículas possuem morfologia esférica com um diâmetro médio variando entre 4-56 nm. Os ensaios de adsorção mostraram que a capacidade de remoção máxima ocorre em  pH de 9 e com 20 mg de adsorvente. Pelas análises dos ensaios de citotoxicidade, determina-se que a toxicidade da célula depende fortemente de características como morfologia, tamanho da partícula e período de incubação. As nanopartículas não apresentaram uma citotoxicidade significativa.