A depressão é um transtorno de humor que causa um impacto social significativo, sendo responsável pela incapacitação de diversas pessoas ao redor do mundo. Há diversas alternativas de tratamento no mercado, porém o grande número de efeitos adversos desagradáveis e a demora na remissão dos sintomas, tornam o mesmo bastante limitado. Sendo assim, existe a necessidade de encontrar novas alternativas terapêuticas para tratar este transtorno. Nesse contexto, nosso grupo vem investigando as propriedades da guanosina, um nucleosídeo endógeno que demonstrou ter efeitos tipo-antidepressivo e neuroprotetor em ensaios pré-clínicos. A fim de investigar os efeitos tipo-antidepressivo e sinaptogênico da guanosina os animais foram tratados com guanosina (0,05 mg/kg p.o.) ou cetamina (1 mg/kg i.p., controle positivo) e após 1h ou 30 min, respectivamente foram submetidos ao teste da alimentação suprimida pela novidade. Após o teste, os hipocampos dos animais foram processados para a realização da técnica de Golgi e subsequente avaliação da morfologia e densidade dos espinhos dendríticos. A administração da guanosina causou uma diminuição do tempo de latência para alimentação no teste comparado ao grupo controle, similar ao efeito causado pelo tratamento com cetamina (30 minutos após a administração), utilizada como controle positivo. As análises morfológicas não demonstraram alterações significativas em nenhum dos grupos, sugerindo que o efeito da guanosina e da cetamina no teste da alimentação suprimida pela novidade não depende das alterações morfológicas no hipocampo relacionadas à sinaptogênese, pelo menos nas condições experimentais utilizadas.