O agente causal da antracnose da videira é atribuído ao Elsinoe ampelina, porém também há relatos de fungos da espécie Colletotrichum spp. Dessa forma, o objetivo desse projeto foi caracterizar fungos isolados de lesões de antracnose da videira em vinhedos de Santa Catarina, coletados nas safras 2018/2019 e 2019/2020 em três locais do Estado, Curitibanos, Videira e Urussanga. Em cada local foram coletadas amostras de plantas com sintomas de antracnose. Destas amostras foram identificados isolados de E. ampelina (12), de Colletotrichum spp. (12) e de Alternaria spp. (24), associados ou não ao mesmo sintoma. A caraterização morfológica foi feita por meio da textura, cor e diâmetro da colônia, além do comprimento, largura e forma dos conídios. Foi encontrado uma variação de cores entre vermelho a laranja, de branco a branco acinzentado e de cinza até preto, em E. ampelina, Colletotrichum spp. e Alternaria spp., respectivamente e em relação a textura observou-se que E. ampelina apresentaram textura rugosa e Colletotrichum spp. e Alternaria spp. textura cotonosa. Os conídios de E. ampelina e Colletotrichum spp. apresentaram forma cilíndrica. Além disso, foram coletadas as médias de precipitação, umidade do ar e temperatura de Curitibanos, Videira e Urussanga, visando determinar a condição climática durante a época de aparecimento da doença. Com base nos dados climáticos referidos das duas safras, foi observado a ocorrência de temperaturas entre 19,4 e 22,6°C, umidade relativa entre 73,7 a 81% e precipitação de 2,4 a 41,8 mm, concluindo que tais regiões têm temperatura e umidade favoráveis para o aparecimento dos sintomas de antracnose na videira. Colletotrichum spp., E. ampelina e Alternaria spp. estão associados ao isolamento de sintomas da doença, apresentando diferenças na morfologia. Este é o primeiro relato de isolamento de E. ampelina no estado de Santa Catarina.