A indústria de suínos compõe uma das maiores parcelas na criação de animais no Brasil e em especial no Estado de Santa Catarina. Tais sistemas geram uma grande quantidade de resíduos, possuindo grande interesse no reuso da sua matéria orgânica e águas. Entretanto é necessário que as águas desses sistemas estejam livres de patógenos que possam voltar a contaminar a cadeia produtiva, em especial estando ausente de vírus entéricos, o qual possuem uma maior resistência e dificuldade de sua identificação. Em especial, o vírus da Hepatite E (HEV), um dos vírus entéricos zoonóticos mais prejudiciais no sistema de saúde e no sistema agropecuário brasileiro, capaz de ocasionar condições graves como hepatite em humanos. A maior problemática na análise de contaminação desse vírus se dá pela impossibilidade deste ser replicado por métodos de resultado rápido como o cultivo em células in vitro, estando sua análise sujeita somente ao uso de qPCR. O trabalho em questão analisa a possibilidade da utilização de bacteriófagos, vírus específicos de bactérias, para correlacionar sua presença à Hepatite E em sistemas de carcaças e dejetos suínos, assim como à outros vírus entéricos. Tal relação é devido a que muitos desses bacteriófagos (em especial os denominados colifagos somáticos) possuem características e estabilidades semelhantes ao HEV e outros vírus entéricos, estes, porém, podem ter sua presença facilmente indicada por meio de um teste rápido e barato. Por esses pressupostos o estudo também conta com a análise da correlação da presença de bacteriófagos com outros vírus entéricos de importância sócio-econômica como Circovírus porcino (PCV2) e Adenovírus Porcino (PAdV). As amostras verificadas testaram positivo para bacteriófagos entretanto não demonstraram presença dos vírus entéricos testados, novos testes devem ser realizados para confirmar a relação.