As características individuais dos pais, como por exemplo a saúde mental, fazem parte de um dos três principais determinantes da parentalidade. Por este motivo, o presente estudo teve como objetivo apresentar uma revisão sistemática de artigos científicos nacionais e internacionais, publicados entre os anos de 2015 a 2020, acerca da relação entre parentalidade e saúde mental de pais, mães e cuidadores de crianças na faixa etária de 4 a 10 anos. Foi realizada uma busca com descritores em inglês nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia Brasil (BVS-Psi), Academic Search Premier, MEDLINE Complete, PsycNET e Science Direct no qual foram encontrados 862 resultados. Após os critérios de exclusão totalizaram 22 estudos, sendo que desses, 15 apresentaram relações diretas e/ou indiretas entre a parentalidade e a saúde mental dos pais em suas análises. Os resultados indicaram em maioria: estudos europeus, de corte transversal, quantitativos e com mensuração dos construtos por meio de questionários/escalas. Os estudos definiram a parentalidade enquanto estilos, práticas, recursos e atitude parental, como também relação parento-filial. Os instrumentos foram diversificados e com dimensões polarizadas entre parentalidade positiva/negativa. Não foi encontrada nenhuma definição de saúde mental nos estudos e os instrumentos tinham como principais dimensões ansiedade, depressão e estresse. Os resultados dos estudos evidenciaram que a parentalidade positiva e problemas de saúde mental estiveram negativamente relacionadas. Conclui-se, portanto, que a compreensão de saúde mental ainda está centrada na presença ou ausência de doença mental e que há a necessidade de aprimorar a definição de parentalidade com base em modelos que integram aspectos biológicos e psicológicos.