Muito se discute sobre as influências que as atividades humanas exercem sobre o meio ambiente, e quais serão os impactos dessas ações no futuro do planeta. A habitação, como necessidade humana básica e na qual os seres humanos passam grande parte de suas vidas, deve oferecer o ambiente mais confortável possível para as diversas atividades realizadas no cotidiano. Contudo, considerando-se que o contexto das mudanças climáticas tende a afetar diretamente a vida de todos os seres vivos, incluindo o homem, vê-se uma necessidade constante de adaptações e melhorias na maneira como se constrói e projeta as edificações humanas. Por exemplo, estratégias de conforto que utilizamos hoje, como o efeito chaminé (movimentação do ar gerada por massas de ar com temperaturas diferentes), talvez não sejam adequadas para as edificações do futuro, já que podem intensificar a sensação de desconforto de um ambiente mais quente ou mais frio. Esta pesquisa tem como objetivo principal analisar quais são as tendências de mudança climática para duas cidades brasileiras, São Paulo e Manaus. A partir do estudo dessas tendências, pode-se chegar às estratégias mais eficientes de adaptação que as residências humanas precisarão em um futuro próximo, para que possam abrigar seus habitantes de forma confortável termicamente, com o menor gasto energético possível. A partir da análise de diversas métricas de temperatura, incluindo médias mensais e anuais, amplitude térmica e identificação dos picos de calor ou frio, o próximo passo da pesquisa é que sejam elaboradas cartas psicrométricas, diagramas que sintetizam quais são as principais necessidades do ambiente estudado para que este se torne confortável termicamente, para, assim, estabelecer diretrizes de projeto mais adequadas ao contexto das mudanças climáticas e do aquecimento global. Apesar de essa pesquisa ter sido desenvolvida em meio à pandemia de coronavírus, foi possível dar prosseguimento às atividades com poucos prejuízos.