O intenso processo de digitalização das atividades humanas devido ao rápido avanço de tecnologias de informação e comunicação está moldando a nossa vida e, consequentemente, afetando as nossas relações sociais e internacionais. O ambiente virtual se tornou responsável por trazer novas possibilidades na realização de tarefas no cotidiano da vida humana, mas também fez com que novas ameaças que impactam diretamente a defesa e a segurança nacional emergissem. Denominado de ciberespaço, esse novo ambiente de interações vem sendo reconhecido na política internacional como o quinto domínio de poder, que diferente dos domínios tradicionais tem por característica natural a ausência de fronteiras físicas e um baixo custo de entrada, possibilitando o envolvimento de múltiplos atores, estatais e não estatais, e dificultando o seu controle. Além disso, o cenário internacional atual é marcado pela ausência de regulamentações e normas internacionais para o ciberespaço global, ou seja, não há uma convenção oficial que guie o comportamento das nações perante esse novo espaço. Dessa forma, os Estados se veem compelidos a tomar suas próprias medidas para lidar com ciberespaço, produzindo diretrizes e estratégias cibernéticas nacionais que coordenam e estruturam as ações que devem ser implementadas. Isto posto, o objetivo deste trabalho foi buscar compreender as concepções estratégicas que Israel, China e EUA possuem sobre o ciberespaço, a partir de uma análise qualitativa com base metodológica comparativa dos seus documentos estratégicos oficiais sobre segurança e defesa cibernética. A conclusão obtida indica que as semelhanças entre os modelos cibernéticos dos países estudados se concentram na identificação dos fatores considerados estratégicos para a construção de um ciberespaço seguro, enquanto que distanciamentos são encontrados em como as ações e medidas devem ser implementadas para que a defesa e a segurança cibernética sejam eficazes.