Em Florianópolis, dados do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano mostram que a área urbanizada dobrou entre 1993 e 2013. Nesse contexto, a presente pesquisa buscou compreender o impacto das áreas urbanizadas aos ecossistemas aquáticos da Ilha de Santa Catarina. Foram selecionadas 15 sub-bacias hidrográficas localizadas ao longo da parte insular de Florianópolis, com posterior coleta de amostras de água e realização de testes de parâmetros físico-químicos e biológicos. A área urbanizada de cada uma das sub-bacias foi determinada a partir de informações obtidas junto ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Florianópolis, no software QGIS 3.10.8. As sub-bacias hidrográficas foram categorizadas em grupos: 1, referente àquelas com urbanização menor que 5%; 2, referente àquelas com urbanização entre 5 e 10%, e; 3, referente às sub-bacias com urbanização superior a 10%. Os parâmetros de Hidroquímica mais relevantes na caracterização dos ambientes em estudo foram determinados por meio de uma análise de componentes principais. Na sequência, testes de Kruskal-Wallis e testes post-hoc de Conover foram aplicados em cada um dos parâmetros selecionados. Correlações de Spearman também foram calculadas. Com exceção da Sílica, todos os parâmetros (nomeadamente Condutividade Elétrica, Oxigênio Dissolvido, Nitrato, Nitrogênio Total, Fosfato, Fósforo Total e Amônio) apresentaram valores significativos (p-value < 0.05) para os testes, evidenciando diferença entre os grupos. As correlações mostraram que todos os nutrientes aumentam significativamente com o aumento da urbanização, enquanto o Oxigênio Dissolvido diminui. Os resultados encontrados demostram que a urbanização está ligada à diminuição da qualidade das águas dos ecossistemas aquáticos e susbsidiam ações que buscam mitigar tais impactos e planejar o desenvolvimento urbano de forma mais harmoniosa, preservando esses ambientes e os serviços que eles nos prestam.