Psychodidae é uma família geralmente lembrada pelos flebotomíneos vetores da leishmaniose ou pelas “moscas de banheiro”, mas também envolve grupos pouco estudados, como Sycoracinae e Trichomyiinae. Ambas tem recebido mais atenção atualmente na região neotropical, depois de negligenciadas por muito tempo. Com trabalhos recentes descrevendo grandes números de espécies, mostrando a provável riqueza escondida na região Neotropical. O estado de Santa Catarina foi muito pouco ou nada amostrado, no que diz respeito a essas subfamílias. Santa Catarina, até o momento, possui apenas uma espécie pertencente a Trichomyiinae: Trichomyia brasiliensis. Sycoracinae não possuía nenhuma espécie para a região Sul do Brasil até 2019, quando Parasycorax sigmoidales Rossito & Pinho foi descrito, fruto desse projeto. A busca por novas espécies foi feita principalmente analisando amostras de insetos preservados em álcool, coletados por armadilhas Malaise e luminosas do tipo CDC, depositadas no Laboratório de Sistemática de Diptera (LSDip) na UFSC, provenientes de diversas localidades de Santa Catarina. Também foram feitas novas coletas com armadilhas luminosas do tipo CDC. Os espécimes foram montados em lâminas de microscopia, em Bálsamo do Canadá, e identificados com base nas chaves disponíveis e comparações com as descrições originais. Foram encontradas 11 espécies de Tichomyia, das quais 6 foram identificadas: T. cetrae, T. truncata, T. inermis, T. mineira, T. fluminensis, T. nocturna, T. riodocensis. Pertencentes a Sycoracinae foram encontradas 4 espécies: Sycorax bravoi, S. espiritosantensis, P. sigmoidales e uma espécie não identificada. As espécies ainda não identificadas podem representar espécies novas para a ciência, porém ainda é necessário maior análise. Mas já é possível ter uma ideia de que Santa Catarina pode trazer um acréscimo importante para a fauna de Trichomyiinae e Sycoracinae do Brasil.