Um tema que permeia o meio científico é a definição de medidas para a avaliação da iluminação natural. A definição do que seria o “adequado” ainda é vaga, mas acredita-se ser algo que envolve minimizar o desconforto visual e aumentar a acuidade visual. Atualmente, a caracterização do ambiente luminoso vem sendo feita com o uso de medidas que consideram a variação da luz natural segundo a distribuição espacial e temporal ao longo do dia e do ano, considerando informações climáticas e geográficas. Existem critérios e alvos para essas medidas, definidos com base em levantamentos sobre a preferência dos usuários, mas ainda não há consenso sobre a sua adequabilidade. Além disso, esses alvos e critérios foram estabelecidos com base em pesquisas realizadas no hemisfério Norte, em latitudes elevadas. Diante do exposto, essa pesquisa visa investigar a preferência dos ocupantes, frente aos valores alvo das medidas de suficiência de luz e seus respectivos critérios estabelecidos na normativa IES-LM 83-12, empregada internacionalmente. Para a realização do estudo foram selecionados quatro ambientes localizados na Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis/SC. A metodologia adotada baseia-se na pesquisa de campo que deu origem às recomendações da IES-LM 83-12. O método adotado a inclui a aplicação de questionários aos ocupantes do ambiente desenvolvidos por Heshong (2011), medição das condições luminosas do ambiente no momento da aplicação dos questionários, simulação computacional baseada em dados climáticos e análise estatística descritiva e inferencial. A partir da combinação dos métodos utilizados foi possível identificar aspectos que talvez passariam em branco se não fossem analisados dessa forma abrangente. Os resultados indicaram que a preferência dos ocupantes desta pesquisa está mais relacionada com as soluções arquitetônicas e seus efeitos na percepção visual dos indivíduos do que com os aspectos socioculturais, climáticos e geográficos.