Bactérias do gênero Salmonella frequentemente são reportadas como responsáveis por surtos de origem alimentar. A indústria de alimentos utiliza a adição de cloreto de sódio (NaCl) aos alimentos para diminuir a atividade da água (a_w) e inibir o crescimento microbiano. Porém, algumas espécies de Salmonella possuem a capacidade de sobreviver em condições de baixa a_w, o chamado estresse osmótico. Quando microrganismos são submetidos a condições estressantes, podem apresentar uma redução nas contagens iniciais de células seguida de crescimento exponencial, comportamento denominado como Fenômeno Fênix. O objetivo desse trabalho foi avaliar e modelar o efeito do estado fisiológico da célula (fase exponencial ou estacionária) e a temperatura de incubação do inóculo (25 ou 35 °C) na ocorrência do Fenômeno Fênix de S. Typhimurium exposto a um ambiente de estresse osmótico. Os inóculos de S. Typhimurium na fase exponencial e estacionária a 25 ou 35 °C, diluídos até 10⁷ UFC/mL foram inoculadas em caldo BHI com 7% de NaCl em massa, atingindo a a_w de 0,950. As amostras foram incubadas a 25 °C. Os dados cinéticos de S. Typhimurium foram medidos por contagem viável ​​ao longo do tempo. O modelo primário foi adaptado com base na suposição de que a concentração microbiana total é dada pela soma das concentrações de duas subpopulações, uma morrendo e uma sobrevivendo e crescendo. A capacidade preditiva do modelo foi avaliada por índices estatísticos e apresentou bom ajuste. Todas as condições de inóculo testadas, sob estresse osmótico, levaram ao Fenômeno Fênix. O estado fisiológico da célula e a temperatura de incubação do inóculo influenciaram o comportamento de S. Typhimurium e a resistência ao estresse. Células a partir do inóculo na fase exponencial apresentaram maior redução da concentração inicial e houve diferenças nas fases lag. Mesmo em condições de estresse osmótico, S. Typhimurium, representa um perigo para a indústria de alimentos devido à ocorrência do Fenômeno Fênix.